“Um Clube Vivo é um Clube Participado”


X) Mandatos 2009/2010 e 2011/2012 - por Albano Ginja

15-08-2015 18:20

18º Biénio (2009/2010)

No dia 7 de Fevereiro de 2009 vi concretizado um sonho em realidade ao tomar posse como Presidente da Direcção do Clube do Sargento da Armada. Dirigi uma equipa que, em conjugação com os restantes elementos dos Órgãos Sociais, conduziu os destinos do nosso clube durante os anos de 2009 e 2010.

Apesar das dificuldades dos novos tempos, foram anos de intensa actividade, privilegiando a parte social, cultural, recreativa e desportiva.

Tivemos sempre o cuidado de não esquecer as datas memoráveis que fazem parte da origem e criação do nosso clube bem como a Sessão Solene Comemorativa do “25 de Abril de 1974”, dia esse que ajudou a abrir, em definitivo, as portas deste grandioso Clube. A Sessão Solene Comemorativa desse grande dia que foi e será sempre o 22 de Fevereiro de 1975, dia da fundação deste grandioso Património Imobiliário e Humano que se chama Clube do Sargento da Armada (CSA).

Nesse ano de 2009, no dia 5 de Maio e prolongando-se por todo o mês, decorreram as comemorações das Bodas de Prata (25 Anos) da criação da jóia da Margem Sul do Tejo, a nossa Delegação no Feijó.

Este 25º Aniversário integrou, como não podia deixar de ser, vários eventos evocativos, destacando-se uma exposição sob o tema “25 Anos Sempre a Crescer” onde, através de uma extensa e valiosa obra apresentada, ficou demonstrado o quanto o CSA cresceu durante estes 25 anos.

Maior testemunho não poderia haver se não aquele deixado escrito no Livro de Honra pelo então Chefe do Estado- Maior da Armada, Almirante Melo Gomes, no dia 14 de Maio de 2009, aquando da honrosa visita que fez à nossa Delegação.

Não podemos nem devemos esquecer aqueles que ajudaram a erguer e a fazer crescer esta “joia da coroa”. Deste modo, no dia 22 de Maio de 2009, realizou-se um jantar de convívio e, de certa forma, de homenagem aos Coordenadores Principais que nestes 25 anos estiveram à frente da nossa Delegação, sendo-lhes ofertada uma Medalha do CSA evocativa de tal momento.

Há também a destacar o 2º Encontro de Coros do Clube do Sargento da Armada, realizado no dia 17 de Outubro de 2009, no Auditório do Clube de Instrução e Recreio do Laranjeiro. Para além da componente musical e cultural, estes encontros permitem, também, a confraternização e troca de conhecimentos e experiências com outros grupos, tendo aceitado o nosso convite o Coro Polifónico da Sociedade Filarmónica Corvalense, a participação especial da Banda da Sociedade Filarmónica Corvalense, o Coro da Universidade da Terceira Idade do Barreiro e o Coro Misto da Sociedade Filarmónica Lousanense.

Em 2010, no nosso último ano de mandato referente ao 18º Biénio, as dificuldades continuaram mas não nos esmoreceram, prosseguimos o rumo traçado, enfrentando ventos e tempestades e também alguma bonança.

No dia 22 de Fevereiro de 2010 teve lugar a Sessão Solene Comemorativa do 35º Aniversario da fundação do nosso CSA, com vários eventos a assinalar tal efeméride, entre os quais uma exposição conjunta de pintura em tela e em azulejo, da autoria dos nossos grandiosos artistas e marinheiros, Comandante Herlânder Zambujo, Augusto Lenine e Arlindo Mateus, estes dois últimos também sócios deste clube.

Mais uma vez, como tinha acontecido nos aniversários anteriores, homenageámos aqueles associados que tinham mantido com o clube uma fidelidade de 25 anos, entregando-lhes um Diploma e um Emblema de Prata.

No âmbito do programa elaborado, no dia 24 de Fevereiro tivemos a honrosa visita do então C.E.M.A. Almirante Melo Gomes à nossa Sede, que, para além de ficar a conhecer e felicitar o Clube pela passagem do seu 35º Aniversário, enalteceu o magnífico património imobiliário reflectido no emblemático edifício do bairro histórico de Alfama, a nossa Sede Social.

No dia 10 de Abril de 2010, o CSA quis homenagear a República através de uma Sessão Comemorativa do Centenário da sua Implantação, com um painel composto por vários convidados. Assim, no decorrer da sua intervenção, o historiador Dr. Pedro Ventura

focou o papel importante que a tropa (em especial os Soldados e os Sargentos) teve na sua Implantação, referindo a diferença entre a revolução de 1910, “essencialmente uma revolução política” e a revolução do 25 de Abril de 1974 que provocou “uma profunda revolução social”.

Finalizou a sua intervenção referindo uma expressão do romancista, poeta e dramaturgo francês Alphonse Daudet: “A História é a vida das colectividades”.

Depois, e sucessivamente, intervieram o historiador Coronel António Pessoa que se centrou no célebre Mapa Cor-de-rosa; o Comandante António Meyrelles, familiar do Sargento Abílio, primeiro

militar a gritar “Viva a República” durante a abortada revolta do 31 de Janeiro de 1891, no Porto; e, por último, tivemos a participação do Comandante Henrique de Mendonça, familiar do autor do poema “A Portuguesa” (letra do hino nacional), Henrique Lopes de Mendonça. O Coro Polifónico do Clube do Sargento da Armada encerrou a referida sessão cantando “A Portuguesa”.

No dia 5 de Maio de 2010 comemorámos mais um aniversário, o 26º da criação da nossa delegação, em Sessão Solene Comemorativa.

Nesta sessão foi prestada uma justa homenagem a uma funcionária pelos 25 anos de serviço activo prestados ao clube, pessoa que pela sua entrega, dedicação e simpatia ao trabalho no Clube, ganhou uma enorme admiração e estima por parte da nossa massa associativa.

Estou a referir-me à nossa funcionária, D. Teresa de Jesus.

O Clube do Sargento da Armada continua há mais de trinta anos a dar a sua colaboração na criação e lançamento da Medalha Comemorativa do Dia da Marinha, primeiro com o Clube Militar Naval e, mais tarde, também com a participação do Clube de Praças da Armada.

Em 2010, a medalha foi da autoria do Comandante Herlânder Zambujo que, desta vez, evocou o “V Centenário da Conquista de Goa”. No dia 17 de Maio desse ano, na nossa Sede Social, o CSA teve a honra do seu lançamento, tendo estado presente, para além do Presidente da Direcção do CSA e de outros dirigentes, o Clube Militar Naval, representado pelo Comandante Pereira Lourenço, o Clube de Praças da Armada representado pelo Presidente da Direcção Carlos Cardoso e o autor da obra, o já referido Comandante Herlânder Zambujo.

O dia 31 de Agosto de 2010, como vincou o Jornal “O Correio da Manhã”, ficaria marcado como um triste dia para os marinheiros e para a Marinha, por verem encerrar, definitivamente, ao fim de seis décadas, as instalações existentes em Vila Franca de Xira. O C.S.A., ao ver extinguir-se um grandioso património histórico de recordações, ainda ficou privado do uso de uma piscina que servia o pólo de natação desta zona do Ribatejo. Porém, as boas relações existentes com o Centro de Bem Estar Infantil (C.B.E.I.) daquela cidade, permitiu-nos manter uma das nossas vertentes desportivas, a aprendizagem da natação, passando a ser utilizadas a piscina do Alhandra Sporting Clube e a piscina Municipal de Vila Franca de Xira, continuando, assim, a poder proporcionar esse bem-estar tão essencial para o crescimento e formação dos filhos dos nossos associados e também dos próprios associados.

Desta inesquecível unidade que foi o Grupo Nº 1 de Escolas da Armada, temos na nossa Sede Social algo que sempre a recordará, tendo sido entregue pelos Sargentos dessa unidade Chefiados pelo SMOR Paulino, o Sino que se encontrava na Messe de Sargentos de Vila Franca de Xira.

O Coro Polifónico do C.S.A. tinha entrado no oitavo ano de actividade, tendo espalhado cultura e demonstrado o seu valor em actuações em vários pontos do nosso País como Famalicão da Serra e Penedono, tendo o seu grande momento, a participação, com mais oito grupos corais, no dia 21 de Novembro de 2010, na Missa de Encerramento do Cinquentenário do Santuário de Cristo Rei em Almada.

19º Biénio (2011/2012)

No dia 5 de Fevereiro de 2011 tomaram posse os novos Órgãos Sociais que se propuseram dirigir os destinos do nosso clube por mais um biénio.

Assim se deu início ao meu segundo mandato como Presidente da Direcção, com mais alguma experiência e conhecimento do que no mandato anterior, através de uma Direcção em que prevaleceu um misto de veterania e juventude.

Entrámos num ano marcado pela crise financeira que assolou a União Europa e à qual Portugal não conseguiu fugir. Se até aqui o Movimento Associativo já vinha revelando alguma falta de valores que se foram adquirindo e conquistando após o 25 de Abril de 1974, a crise financeira acabou por acentuar outros.

Sem cruzarmos os braços, embarcámos em mais uma aventura, na esperança de encontrarmos melhores dias, mas com a convicção que só lutando se consegue vencer.

No dia 17 de Fevereiro de 2011 foi dada a posse à Comissão Administrativa da Delegação referente a este 19º Biénio, componente muito importante na vida do nosso Clube, pois é também com o esforço, empenho e dedicação destes voluntariosos dirigentes que o nosso clube tem crescido, verificando-se que quase 90% das actividades realizadas no nosso Clube, têm como referência a nossa Delegação.

Das actividades e actos desenvolvidos destacamos:

• A Sessão Solene Comemorativa de mais um aniversário do nosso Clube, assim como a Sessão Solene Comemorativa da criação da nossa Delegação do Feijó.

• No dia 16 de Março de 2011, na Delegação, realizou-se o Colóquio/Debate “120 Anos do 31 de Janeiro 1891”, também conhecida pela Revolta do Porto, e onde pela primeira vez um militar, o Sargento Abílio, gritou “Viva a Republica”, apesar dessa revolta ter sido abortada.

Num salão composto de uma boa assistência e de alguns ilustres convidados, tivemos a presença honrosa do historiador Dr. Pedro Ventura e do SCH Lima Coelho Presidente da Associação Nacional de Sargentos.

Este colóquio serviu para compreendermos o importante papel dos Sargentos na história deste País.

Sempre a pensar em servir e criar as melhores condições de vida e bem-estar dos associados e suas famílias, foi criado um protocolo na área do seguros entre o CSA, a Mediadora de Seguros “

Perto de Si” e a Companhia Liberty Seguros, no sentido de criar mecanismos que que levasse à poupança dos nossos associados proporcionando-lhes as melhores condições nesta área. Por outro lado, através deste protocolo e dos meios publicitários então autorizados, foi possível conseguir alguns benefícios financeiros em diversas áreas de actividade do CSA.

A fim de melhorar as condições de habitabilidade daqueles que procuram um espaço temporário para passar uns dias de lazer na cidade de Lisboa, ou por outro qualquer motivo, necessitarem de um espaço para passar uma noite, foi recuperado e melhorado um espaço já existente na Sede a que passámos a chamar de “Residencial do CSA”, tendo sido inaugurada no dia 29 de Outubro de 2011. Com esta obra, demos mais um contributo para o enriquecimento do nosso já valiosíssimo património imobiliário.

Esta residencial é composta por três quartos, dispondo de uma casa de banho, uma sala e uma cozinha comum aos seus frequentadores.

Esta estrutura veio substituir os antigos quartos existentes no rés-do-chão, espaços entretanto ocupados pelo novo Museu e Sala de Troféus do CSA, onde se mostram e contam alguma parte da história do nosso Clube, quer através dos troféus conquistados quer através de fotografias e memórias escritas.

Em 2012 entrámos no último ano de mandato referente ao 19º Biénio, tendo continuado com o rumo traçado aquando da nossa tomada de posse. Ciente das dificuldades que, de dia para dia, se tornavam piores e cada vez mais insustentáveis, face a uma situação com a qual o País se ia defrontando, por todos nós sentidas e às quais as colectividades não podiam ficar alheias, fomos gerindo o clube sempre com o sentido e a responsabilidade de nunca pôr em causa o valioso

património imobiliário e humano que recebemos dos nossos dirigentes que nos antecederam, sendo esta forma de estar a maior homenagem que se pode prestar a todos eles.

Nesse ano, o 22 de Fevereiro de 2012, dia comemorativo do 37º Aniversário do Clube do Sargento da Armada, ficará como data marcante neste clube, pois tivemos a honrosa presença do Chefe do Estado- Maior da Armada, Almirante Saldanha Lopes, presidindo assim àquela Sessão Solene Comemorativa. Logo depois, no dia 24 de Abril de 2012, o Almirante Saldanha Lopes também nos deu a honra de visitar a nossa Delegação no Feijó, por ocasião das comemorações do seu 28º Aniversário da sua criação.

Gostava de destacar, nas sessões solenes comemorativas do aniversário da criação da Delegação, um grupo de Senhoras do C.S.A. que todas as quartas feiras do mês se juntam para aí conviverem e transportar para a tela, cerâmica e outros materiais, a sua arte. Estou a referir-me aos elementos do “Grupo Sempre a Aprender” que nalgumas ocasiões, além de mostrarem os seus talentos através de Exposições, têm sempre magníficos trabalhos com temas relacionados com a Marinha ou com o Clube para nos oferecer, os quais podem ser apreciados nas nossas instalações onde se encontram expostos. Algumas dessas Senhoras também têm um grande talento para a música, fazendo parte do “Grupo Musical Renascer”, que também trabalha muito em parceria com o nosso Clube.

Outro passo muito importante dado neste mandato foi a liquidação total do empréstimo contraído para aquisição da nossa actual Sede Social. O dia 24 de Abril de 2012 terá para nós um significado muito grande, talvez tão grande como aquele que teve o 25 de Abril de 1974: se este serviu para dar início à concretização do sonho de passarmos a ter um clube onde se promovesse a formação social, moral e intelectual dos seus associados, o 24 de Abril de 2012 permitiu liquidar uma dívida do CSA, enriquecendo, deste modo, o bem patrimonial deste clube.

O mês de Outubro de 2012 ficou como um marco histórico do grande baluarte da cultura deste clube: o nosso Coro Polifónico completou 10 anos de vida (3 de Outubro de 2002), cujo ponto alto foi a realização do III Encontro de Coros do CSA, no prestigiado Auditório da nossa Junta de Freguesia do Feijó, no dia 21 de Outubro de 2012.

Para este memorável encontro de coros deram-nos a honra de aceitar o nosso convite e, assim, participarem na festa do nosso Coro Polifónico, os seguintes grupos corais: Orfeão de Almeirim, Coro da Sociedade Musical e Recreio Popular de Paderne e o Coro Polifónico do Sporting Clube de Portugal.

Nesta altura estávamos a caminho do fim deste mandato e um virar de página do nosso CSA. Com a liquidação da dívida da Sede Social entrámos numa fase de recuperação económica, mas fomos surpreendidos por uma situação inesperada, que assolou os Países da União Europeia e à qual Portugal não conseguiu fugir.

Com a crise económica instalada no nosso país, o CSA viu-se confrontada com a perda de receitas e prejudicados em várias frentes: aumento do IVA, alguma perda na massa associativa por via do congelamento dos vencimentos (à qual acresce o também congelamento de quotas dos associados que há mais de quatro anos não eram aumentadas, cumprindo o estipulado do Artigo 19º dos Estatutos do CSA), e a própria Marinha, à qual continuamos muito agradecidos, foi também forçada a reduzir a sua  comparticipação anual.

Mas não foram estas dificuldades que nos fizeram parar. Podemos não ter o suporte financeiro que queremos e desejamos, mas enriquecemos e muito o nosso Grande Património Imobiliário, criando melhores condições de lazer e bem-estar aos nossos associados e tentando manter ou fazer crescer a nossa massa associativa.

Quando chegámos ao nosso porto de destino tivemos a certeza de que tudo fizemos para ultrapassar as adversidades que fomos encontrando. Foi tempo de mudar a guarnição e enfrentar novos caminhos, trazendo para o clube “sangue novo”, através de dirigentes jovens que trouxessem para dentro do CSA ideias renovadas e que através delas conseguissem arrastar essa juventude que, de certa forma, se tem afastado das colectividades. Isto não significa que a “velha guarda” tenha que ficar alheada desta necessária renovação, devendo estar sempre disponível para ajudar e ser útil ao seu Clube do Coração, o Clube do Sargento da Armada (CSA).

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